Etapa 4 - AVA03 – D25-5_AVA03_LI
10/04/12 a 12/05/12
Pedagogizador – estilo de educação que se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno.
Intersubjetividade – entende-se a comunicação das consciências individuais, umas com outras, efetuando-se sob o fundo da reciprocidade.
A Teoria da Ação Comunicativa construída por Habermas pressupõe a linguagem como meio dos sujeitos trocarem atos da fala entre si e compreenderem o atual contexto em que vivem. Essa teoria pode ser entendida como a comunicação linguística, o diálogo sem coações externas; favorece uma perspectiva de construção de novas relações a partir de sujeitos autônomos e competentes, que são capazes de discutir e avaliar as regras sociais e, com isso, revitalizar a própria sociedade.
Para Habermas todos os membros da sociedade têm condições e direito de participar do diálogo necessário para repensar e reconstruir as leis que regem a sociedade.
Na visão dele, a filosofia deve ser a principal intérprete da tradição e da cultura, permitindo, por meio da comunicação, o entendimento mútuo e necessário voltado aos interesses da vida em sua totalidade.
Enfim, o que Habermas sinaliza é a urgência de libertar o conhecimento de seu papel meramente reprodutor de decisões técnicas e monitoradas.
Assim, a ação comunicativa ou interação social, além de contribuir para um diagnóstico de nosso tempo, pode ser também um caminho interessante e produtivo. Mas para que isso aconteça, como observa Rezende, a ação comunicativa “...precisaria ser 'descomprimida' para que pudesse instaurar-se uma situação de fala não-deformada entre os homens” ( 1992, p. 218).
De que forma a Teoria da Ação Comunicativa proposta por Habermas pode contribuir para uma educação voltada para a emancipação dos sujeitos?
O modelo de conhecimento baseado na perspectiva da razão instrumental promoveu uma educação com estilo “pedagogizador”, que se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno.
A educação precisa estimular a potencialidade do aluno para que este exercite sua capacidade comunicativa; constituindo-se sob um novo discurso pautado pela transformação.
Mas, a educação, ainda caminha sob a sombra do modelo “pedagogizador”, uma vez que não basta somente mudar o discurso, é preciso efetivar os discursos mediante a ação comunicativa. No Brasil, os desafios são ainda maiores, porém contornáveis se forem adotados políticas educacionais adequadas.
Para inverter o modelo de educação pautado pelo estilo “pedagogizador”, torna-se necessário fazer propostas para uma educação mais consistente e comprometida com uma efetiva emancipação do sujeito. Dessa forma, acredita-se que uma prática pedagógica associada à Teoria da Ação Comunicativa proposta por Habermas pode contribuir para um pensar crítico em prol de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético.
Um modelo de educação calcado na intersubjetividade é o mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas.
Ao falarmos de uma educação guiada pela intersubjetividade, temos em vista a valorização social, política, econômica e ética de uma reflexão sobre os rumos da educação na complexidade das sociedades contemporâneas. Nesse sentido, a tarefa da educação é desafiar essas complexidades mediante o agir comunicativo. A educação deve contribuir significativamente com o processo de desenvolvimento do aluno a partir da interpretação e análise crítica dos fenômenos culturais do seu cotidiano, levando-os ao exercício de uma prática de saber construtivo à sua vida.
Nesse processo interpretativo crítico, o educador e os educandos devem discutir aquilo que é pré-estabelecido como certo, errado, bom, ruim, melhor, pior. A escola deve levar em consideração as mudanças que ocorrem na sociedade, discutindo inclusive, o modelo técnico-científico pautado pela razão instrumental, no sentido de preparar o educando para lidar com os fenômenos que dele surgem, como por exemplo, a globalização, a crise econômica e a política de mercado.
Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas pelos processos jurídicos e políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.
Bibliografia
JARDIM, Borges Freitas. et al, 2011 – Filosofia da Educação.